NewsPrimeiro peixe enriquecido com ómega-3 é português

Primeiro peixe enriquecido com ómega-3 é português

É mais um marco no campo da aquacultura sustentável. Pela primeira vez, Portugal vai começar a produzir peixe enriquecido com ómega-3, respondendo à crescente procura por alimentos ricos neste nutriente, comprovadamente benéfico para a saúde. “O sucesso do projeto OmegaPeixe permite que os consumidores tenham acesso a pescado diferenciado, nomeadamente robalo e pregado, com alto valor nutricional e produzido de forma sustentável, respeitando tanto o bem-estar animal quanto o meio ambiente”, congratula-se Renata Serradeiro, CEO da empresa Flatlantic.

O objetivo principal do projeto OmegaPeixe era produzir pescado nacional, robalo e pregado, enriquecido com ómega-3 de cadeia longa, conhecido pelas suas propriedades anti-inflamatórias, bem como na prevenção de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, diabetes e de estados depressivos.

A equipa do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da U. Porto e do CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental liderada pela investigadora Luísa Valente, otimizou as dietas de aquacultura, com recurso a fontes sustentáveis, conseguindo que o robalo e o pregado garantissem os níveis de ómega-3 de cadeia longa recomendados pela Organização Mundial de Saúde para uma vida saudável.

O pregado, comercializado pela Flatlantic, já se encontra no mercado. O robalo bio da ALGAplus estará em plena comercialização em 2024, na grande distribuição. “Estamos a falar de pescado de elevada qualidade para os consumidores, alimentado com ingredientes naturais e dietas ricas em ómega-3, essencial para a saúde humana. Trata-se de um marco importante para o país, pois coloca Portugal na vanguarda da aquacultura sustentável e da inovação alimentar”, salienta Helena Abreu, fundadora da ALGAplus.

“A ingestão de alimentos saudáveis produzidos de forma cada vez mais sustentável, é uma tendência global. Por isso, a importância deste projeto. Os consumidores, de forma geral, estão cada vez mais conscientes da relevância dos ómega-3 de cadeia longa e, com base em estudos realizados, constatamos que este novo produto deverá ser bem aceite”, explica Maria Coelho, coordenadora executiva do B2E –Laboratório Colaborativo para a Bioeconomia Azul, salientando também a importância do pregado e do robalo bio terem a chancela Made in Portugal.

O consórcio OmegaPeixe é liderado pela empresa Flatlantic, sediada em Mira, e responsável pela produção do pregado. Além disso, conta com a parceria da ALGAplus, localizada em Ílhavo e especializada em aquacultura integrada, responsável pelo robalo bio. O ICBAS da U. Porto/CIIMAR coordenou os estudos científicos para avaliar o impacto das dietas nas espécies, garantindo sua otimização nutricional. O Laboratório Colaborativo para a Bioeconomia Azul (B2E CoLAB), por sua vez, foi responsável por revisitar a aceitação por parte do mercado de produtos diferenciados de aquacultura, procurando compreender a recetividade dos consumidores em relação a esses novos produtos.

O projeto durou dois anos e meio e envolveu um investimento de cerca de um milhão de euros, dos quais quase 666 mil euros suportados pelo Portugal 2020 e pelos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento, da União Europeia, através do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico.

Os resultados do projeto vão ser apresentados no próximo dia 29 de junho, pelas 10h00, no Atrium Mira, cuja sessão de encerramento ficará a cargo da secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho. No final, será realizado um showcooking pelo Chef Luís Lavrador, do restaurante Fama (Aveiro), no qual se dará a provar o robalo e pregado, ambos enriquecidos em ácidos gordos ómega-3 (programa em anexo). A inscrição no workshop e no showcooking é gratuita, mas obrigatória até 26 de junho em: bit.ly/omegapeixe.

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