NewsMais de 60 ações propostas para transformar a Aquacultura Portuguesa

Mais de 60 ações propostas para transformar a Aquacultura Portuguesa

Um conjunto de atoresligados ao setor da aquacultura em Portugal reuniram-se no World Café “A Aquacultura para o Futuro que Queremos”, para discutir e propor ações que impulsionem a sustentabilidade, competitividade e diversificação do setor. No total de cinco mesas redondas e cinco perguntas nas áreas da sustentabilidade e bem-estar animal; licenciamento; competitividade e investimento; comunicação; e ciência e inovação, foram propostas mais de 60 ações concretas para a transformação da aquacultura nacional.

O encontro, realizado na Escola de Hotelaria de Setúbal, a 26 de maio, contou com a participação de representantes de empresas, centros de investigação e desenvolvimento e diversos atores-chave ligados ao setor. O principal objetivo do World Café, inserido no XXIII Congresso da Associação Portuguesa de Aquacultores (APA), foi identificar e debater as transformações necessárias para impulsionar a indústria, bem como propor ações concretas que contribuam para o seu desenvolvimento.

O World Café é uma metodologia de diálogo e participação que promove a colaboração e a troca de ideias entre os participantes. Num ambiente informal e de aprendizagem, os participantes têm a oportunidade de circular por mesas de discussão e, com o apoio de moderadores, debater diferentes temáticas, propondo ações concretas. Esta dinâmica que permite a partilha de ideias e a construção coletiva de uma visão comum, num ambiente em que todas as opiniões têm o mesmo valor.

Durante o World Café, organizaram-se cinco mesas de discussão, para abordar diferentes subtemas relevantes para a aquacultura em Portugal. Os participantes debateram e propuseram um total de 62 ações, que visam abordar os desafios e as oportunidades enfrentados pelo setor.

No final, os participantes votaram nas ações que consideraram mais importantes. Por temática, estas são as que recolheram mais votos:

→ Sustentabilidade, desempenho ambiental e económico, saúde e bem-estar animal:

▪ Criar incentivos fiscais para a adoção de recursos mais verdes e incentivos fiscais para empresas cumpridoras;

▪ Comunicar de forma alargada a vários públicos sobre modos de produção e da origem do produto;

▪ Apostar em ingredientes mais sustentáveis, locais e funcionais nas rações.

→ Licenciamento, ordenamento do território e quadro regulamentar e administrativo:

▪ Criar um organismo interlocutor que agilize, acompanhe e apoie as empresas;

▪ Revisar e ordenar o território a fim de garantir uma melhor caracterização das áreas de produção com relação a dimensão do investimento, potenciais espécies a serem produzidas, capacidade de carga do ambiente e acessibilidade;

▪ Capacitar os recursos humanos/técnicos das entidades públicas responsáveis pelo licenciamento.

→ Competitividade, investimento, diversificação, certificação e valor acrescentado

▪ Realizar investimento na transformação (filetagem, embalagem, apresentação);

▪ Investir na diferenciação da oferta nacional através de selos de qualidade;

▪ Investir em estudos de mercado.

→ Comunicação e aceitação social

▪ Colocar conteúdos didáticos sobre aquacultura em ambiente escolar;

▪ Criar rótulos para os produtos com mais informação para além do país de produção;

▪ Apostar em comunicação mediática.

→ Ciência e Inovação

▪ Criar base de dados que fomente parcerias entre instituições de I&D e a indústria;

▪ Realizar visitas técnicas de investigadores às instalações de aquacultura;

▪ Realizar seminário/congresso para divulgação dos resultados junto de academia, instituições de I&D e indústria.

Os resultados refletem o compromisso dos diversos atores do setor de aquacultura portuguesa em impulsionar a sustentabilidade e a competitividade e serão integrados num documento mais abrangente sobre o momento atual do setor, não só na perspetiva dos produtores, mas contando também com a perceção dos governantes, consumidores, grande público, comunidade científica e associações ambientalistas.

O World Café “A Aquacultura para o Futuro que Queremos” foi uma organização conjunta para a APA que envolveu pela primeira vez todos os Laboratórios Colaborativos ligados à economia azul, nomeadamente o +ATLANTIC, o B2E CoLAB, o GreenColab, o S2Aqua e ainda o Fórum Oceano.

Sobre a APA

A APA – Associação Portuguesa de Aquacultores representa 90 por cento do setor aquíloca português.

Sobre o +ATLANTIC

O CoLAB +ATLANTIC é um Laboratório Colaborativo português sem fins lucrativos que concebe e providencia produtos e serviços baseados no conhecimento, relacionados com vários campos da economia azul, sustentabilidade do oceano, ciências do mar, saúde dos ecossistemas marinhos, alterações climáticas, literacia do oceano e comunicação de ciência. A sua equipa multidisciplinar utiliza modelação numérica, deteção remota, ciência de dados, inteligência artificial e tecnologias espaciais e oceânicas para conceber esses produtos e serviços e para colaborar em projetos nacionais e internacionais.

Sobre o B2E CoLAB

O B2E – Laboratório Colaborativo para a Bioeconomia Azul, com sede no UPTEC Mar, em Matosinhos, é uma associação privada sem fins lucrativos de universidades, centros de investigação e empresas privadas, pautando-se por princípios de circularidade, sustentabilidade e responsabilidade social. A associação ligada à Biotecnologia Azul atua nas áreas da aquacultura sustentável, biotecnologia marinha e valorização dos recursos marinhos vivos, com vista a desenvolver soluções inovadoras que contribuam para a construção de uma economia de valor acrescentado mais verde e resiliente.

Sobre o Fórum Oceano

O Fórum Oceano é a entidade gestora do Cluster do Mar Português, certificada e reconhecida pelo Ministério da Economia e do Mar.

É uma organização sem fins lucrativos que tem como missão promover e valorizar a economia do mar em Portugal, apoiando o desenvolvimento sustentável do setor marítimo em Portugal, promovendo a inovação, o empreendedorismo e a cooperação entre as entidades do setor. Para isso, desenvolve diversas iniciativas e projetos que visam fortalecer a competitividade das empresas e instituições que atuam na economia do mar.

Sobre o GreenCoLab

O GreenCoLab é uma organização privada sem fins lucrativos, uma plataforma colaborativa entre a investigação e a indústria, cuja agenda de investigação e inovação se baseia na exploração de micro e macroalgas como componente essencial para as indústrias de alimentos, rações, nutracêuticos, bioenergia, águas residuais e cosméticos.

Sobre o S2Aqua

O S2AQUAcoLAB, fundado em 2021, é uma instituição privada sem fins lucrativos que procura elevar a Aquacultura a um novo nível. Com uma rede de 16 parceiros e 49 investigadores qualificados, visa promover soluções sustentáveis, inteligentes e inovadoras para o setor. Os seus principais objetivos incluem a otimização da produção, identificação de bioindicadores de saúde, adaptação de sistemas de produção às mudanças climáticas e impulsionamento do desenvolvimento tecnológico. O S2AQUAcoLAB também se dedica à transferência de conhecimento e cooperação estratégica com seus parceiros para transformar a Aquacultura numa indústria mais forte e capaz.

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