NewsBlue Wink‑E 2025 revela como inovar na bioeconomia azul

Blue Wink‑E 2025 revela como inovar na bioeconomia azul

No dia 6 de junho, o Terminal de Cruzeiros de Leixões foi palco de um dos mais relevantes encontros dedicados à bioeconomia azul em Portugal: o Blue Wink‑E 2025 – Ocean in Loop, organizado pelo B2E CoLAB. Com um programa que reuniu mais de uma dezena de oradores e participantes de diferentes setores, o evento debruçou-se sobre a forma como o país pode reinventar a relação com os recursos marinhos através da inovação, da ciência, circularidade e regeneração.

O dia arrancou com as boas-vindas de Ana Paula Mucha, presidente da Direção do B2E CoLAB, que sublinhou o propósito do evento como espaço de “conexão entre quem investiga, quem transforma e quem consome”, e prosseguiu com intervenções institucionais, incluindo a da vereadora das Atividades Económicas da Câmara de Matosinhos, Marta Pontes, que reforçou o papel do município na promoção da economia do mar.

Ao longo do dia, duas mesas de debate exploraram os desafios e as soluções emergentes da bioeconomia azul. A primeira, dedicada ao potencial das soluções circulares, contou com a participação de José Maria Costa, ex-secretário de Estado do Mar, Breixo Ventoso, do grupo Frinsa/A Poveira, e representantes de empresas como a Sonae MC, que demonstraram como é possível transformar resíduos e coprodutos marinhos em novos alimentos, ingredientes funcionais ou cosméticos com valor acrescentado. Também Maria Coelho, coordenadora do B2E CoLAB, participou nesta mesa-redonda, destacando o papel que a economia e bioeconomia azul pode ter no impacto direto nas empresas, na investigação e nos consumidores.

Na sessão dedicada à visão macroeconómica e ao posicionamento global de Portugal, o presidente da direção do CIIMAR, Vítor Vasconcelos, o presidente da AICEP Ricardo Arroja e o economista Hermano Rodrigues partilharam ideias sobre como a bioeconomia azul pode tornar-se um eixo estruturante das exportações e da inovação sustentável. Houve ainda espaço para o representante do consórcio europeu One Water, Nuno Lourenço, que apresentou novas abordagens integradas à gestão dos recursos hídricos e marinhos.

Um dos momentos mais inspiradores da jornada foi a keynote internacional de Wayne Visser, investigador e autor reconhecido na área da regeneração ambiental, que deixou um alerta claro: “A economia azul não pode ser apenas mais uma economia — tem de ser transformadora, restauradora, positiva.”

Ao longo do evento, foram também apresentados projetos empresariais e científicos inovadores que demonstram o valor real da bioeconomia azul no mercado. Desde snacks para animais de estimação produzidos com coprodutos do pescado, a couro ecológico feito a partir de peles de salmão, passando por alimentos desenvolvidos com algas e colagénio marinho, o Blue Wink‑E foi um verdadeiro palco de soluções que provam que a sustentabilidade pode — e deve — ser economicamente viável.

A presença de startups nacionais e internacionais, centros de investigação como o CIIMAR, empresas como a Hailia Nordic Oy (Finlândia), Searious Fish (Países Baixos) ou Bake My Dog Happy (Portugal), bem como iniciativas como a Fish Matter, mostraram como o ecossistema da bioeconomia azul está vivo, a crescer e a atrair talento e investimento.

A sessão de encerramento ficou a cargo de Luís Menezes, presidente da Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) e da Comissão Nacional da Década do Oceano das Nações Unidas, entidade que deu apoio institucional ao evento. Na sua intervenção, destacou o papel fundamental que o B2E CoLAB tem vindo a desempenhar junto da sociedade, promovendo a economia e a bioeconomia azul como motores de inovação, sustentabilidade e desenvolvimento económico.

Para quem não pôde estar presente, o evento está disponível online:

Parte 1 e Parte 2 

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