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The Ocean Post – Editorial Abril – Junho 2022

Bioeconomia azul: monetizar com segurança alimentar sustentável
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The Ocean Post – Editorial Abril – Junho 2022

1 de June de 2022
The Ocean Post

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O mar foi, é e sempre será o ativo territorial que garante a sustentabilidade de Portugal como nação independente com autonomia estratégica.

E vale a pena apostar na economia do mar? Vejamos os números e alguns factos. De acordo com os dados mais recentes da Conta Satélite do Mar, publicados pela Direção-Geral da Política Marítima, é previsível que em 2019 a economia azul tenha atingido 5% do PIB. Em 2013, esta representava 2,1% do PIB, em 2016 representava 3,1%. Por outras palavras, estamos perante um crescimento médio anual regular de 0,48%, mesmo durante o período de intervenção da troika.

Mas qual é a principal fonte desse crescimento? Mais de 70% concentra-se no turismo costeiro. E quando comparamos a produtividade do trabalho no turismo com a do setor portuário, mais uma vez, os números falam por si: 24 000 euros contra 55 000 euros per capita. A atividade portuária gera mais do dobro do valor acrescentado da atividade turística.

Então, como podemos alavancar a materialização do crescimento económico noutros setores da economia azul, para aumentar a geração de valor acrescentado e reduzir a dependência extrema do turismo? O setor alimentar e os outros setores marinhos biológicos são soluções fundamentais para esta equação. E a dinâmica em mudança da bioeconomia azul já está em vigor.

O setor nacional de transformação de peixe exporta mais em valor monetário do que o setor vitivinícola, ou seja, mais de 1,5 mil milhões de euros anualmente. A produção atual da aquicultura da dourada na Ilha da Madeira tem uma produtividade 30% superior à do Mediterrâneo, atingindo novos recordes de produção a cada ano, com um impacto ambiental marginal, devido às correntes marítimas existentes entre a Ponta do Sol e a Calheta, que impedem a elevada deposição de detritos e incentivam o crescimento de ervas marinhas.

Por outro lado, a produção de mexilhões (um animal marinho filtrador) pela empresa Finisterra, em Vila do Bispo, aumentou quase dez vezes no período de dois anos. E a empresa Oceano Fresco, sediada no Porto da Nazaré, está a quebrar o paradigma da produção de amêijoas, introduzindo a sua produção num sistema vertical offshore no Algarve. Além disso, de acordo com a última edição do Relatório da Economia Azul 2022, Portugal já é o 6.º maior produtor de algas da Europa, numa indústria que ainda está na sua infância.

Este é o momento de rentabilizar o mar e reforçar a segurança alimentar sustentável!

 

Rúben Eiras
Secretário-Geral – Fórum Oceano
Diretor do B2E CoLAB

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