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Como as lesmas marinhas movidas a energia solar podem sombrear a revolução azul com verde

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Como as lesmas marinhas movidas a energia solar podem sombrear a revolução azul com verde

17 de March de 2021

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É senso comum que os organismos multicelulares que realizam fotossíntese são plantas ou algas marinhas. No entanto, no reino marinho, um grupo especial de lesmas marinhas (os Sacoglossa) dominou a arte de roubar cloroplastos dos seus alimentos algais e mantê-los funcionais dentro das suas células animais por horas, dias, semanas ou até vários meses! Esses cloroplastos roubados são frequentemente denominados cleptoplastos, e os mecanismos que permitem que essas lesmas marinhas realizem tal façanha ainda não foram compreendidos pela comunidade científica.

No CESAM-UA, uma equipa de investigadores do grupo de investigação em Biotecnologia Marinha e Aquicultura tem tentado esclarecer esta notável associação entre lesmas marinhas e cloroplastos de algas. A investigadora principal que lidera este esforço é Sónia Cruz, que recebeu recentemente uma bolsa de 2,3 milhões de euros do ERC para resolver este enigma. Juntamente com Paulo Cartaxana, têm vindo a realizar várias experiências com ferramentas de fotobiologia para compreender melhor se e como as biomoléculas derivadas da fotossíntese melhoram o desempenho das lesmas marinhas. As instalações de última geração do CEPAM-ECOMARE (Universidade de Aveiro), supervisionadas por Ricardo Calado (diretor do B2E), permitiram empregar sistemas de suporte de vida recirculados, operados com água do mar sintética em condições altamente controladas, para manter e criar várias destas lesmas marinhas alimentadas a energia solar, originárias das águas portuguesas, mediterrânicas e caribenhas. O material biológico produzido em condições controladas permitiu a Rosário Domingues e Felisa Rey obter uma visão sem precedentes sobre a lipidómica destas lesmas marinhas utilizando abordagens de espectrometria de massa e revelou os papéis fundamentais que os lípidos desempenham na capacidade destes animais de reter cleptoplastos funcionais dentro das suas células animais.

A equipa liderada por Sónia Cruz pretende apresentar um projeto que permita manter cloroplastos funcionais fora das células vegetais/algas e incorporá-los em tecidos animais ou outras matrizes não orgânicas. As potenciais aplicações desta investigação são múltiplas e podem ser revolucionárias. Estas lesmas marinhas movidas a energia solar podem muito bem dar um tom verde à revolução azul em curso, impulsionada pela biotecnologia marinha, rumo a modelos bioeconómicos mais sustentáveis.

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