Joana Tomé
Innovation Management
Joana Tomé , Innovation Management
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Num momento em que Portugal procura consolidar a sua posição numa economia cada vez mais verde, digital e resiliente, a bioeconomia azul surge como uma alavanca estratégica para o crescimento económico sustentável.
Este novo paradigma de desenvolvimento económico, centrado nos recursos biológicos marinhos, na ciência e na tecnologia, é motor para a colaboração e inovação intersectorial.
Será através da articulação entre setores de atividade económica, por vezes aparentemente desconexos entre si, que surgirão oportunidades que se podem revelar verdadeiras vantagens competitivas. Falamos de setores como a aquacultura, biotecnologia, farmacêutica, construção, moda, energia, turismo e até design. Estes cruzamentos já começam a acontecer em iniciativas nacionais e europeias promovendo inovação baseada em coprodutos e soluções de baixo impacto ambiental. Vejamos exemplos:
No entanto, estas novas cadeias de valor são altamente dependentes da cooperação entre os vários players, como produtores, investigadores, transformadores… A sua integração pode, efetivamente, produzir resultados concretos: novos produtos, novos mercados e maior retorno económico.
Neste ecossistema de convergência, os Laboratórios Colaborativos (CoLABs) assumem um papel fundamental como estruturas facilitadoras de inovação intersectorial orientada para o mercado. O caso do B2E CoLAB (Laboratório Colaborativo para a Bioeconomia Azul) é particularmente relevante: atua na aquacultura sustentável, biotecnologia marinha e valorização de recursos marinhos vivos, sendo uma ponte entre o sistema científico e o tecido empresarial, e contribuindo para acelerar soluções tecnológicas e modelos de negócio baseados em circularidade e valorização de coprodutos – em parceria com entidades nacionais e internacionais, o B2E CoLAB tem integrado projetos, que reforçam este posicionamento – são exemplo:
Este projeto, financiado pelo Fundo de Relações Bilaterais dos EEA Grants, liderado pelo B2E CoLAB, teve por objetivo a recolha dos desafios e oportunidades existentes em Portugal no setor da valorização de coprodutos de origem marinha. Através da parceria estratégica com parceiros como o Norwegian Seafood Innovation Cluster (NCE Seafood Innovation) e o Iceland Ocean Cluster (IOC) foi possível compreender o potencial desta valorização e elaborar um RoadMap, aplicado ao contexto português, com recomendações para novos modelos de negócio, novas cadeias de valor e novas tecnologias e processos.
Inserido na Agenda Mobilizadora do Pacto da Bioeconomia Azul (PBA), do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a plataforma Fish Matter pretende fomentar a ligação entre quem gera coprodutos de origem marinha e quem poderá utilizar esta matéria-prima para desenvolvimento de novos produtos e novas cadeias de valor. Além deste potencial match, a plataforma Fish Matter terá disponível uma base de dados de conhecimento onde será disponibilizada informação e literatura sobre tecnologias e projetos que permitam a criação de novas cadeias de valor e nocas empresas.
A bioeconomia azul não é apenas uma aposta ambiental — é uma estratégia económica inteligente. O seu crescimento depende diretamente da criação de ecossistemas intersectoriais dinâmicos, capazes de gerar valor económico a partir da colaboração entre agentes com competências distintas, mas complementares.
O futuro da bioeconomia azul não pertence a quem explora mais o oceano, mas a quem melhor o entende como plataforma de convergência e criação de valor partilhado.
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